Tuesday, September 26, 2006

boa sorte venga loca

repito mensagens e eles,
os amigos, não me avisam.
eu tranquilizo todo mundo porque não adianta, da minha loucura só eu saberia, ainda mais com os anos.
os meus anos vieram todos dobrados.
com isso eu quero dizer que cada um desses me envelheceu por 4.
as vezes eu penso que só em tpm sou mesmo real eu mesma.
mas por favor, não sintam pena. NÃO FAZ MAL. NÃO FAZ MAL. NADA ME MATA.

acho que gostariam que eu perdesse um peso.
não do meu espaço, da minha secura.
meu peso seco é afiado, vem por um canúlo, do quarto escuro no coração até debaixo da língua. as vezes ele salta num cuspinho sapo venenoso
e se fode eu e mais o mundo inteiro todos ao meu redor.
NÃO NADA ME FAZ MAL MATA
meu peso,
eu lhes digo,
e essa minha macarronica insistência de ser um camaleão horizontino
ter o tempo da terra que me cabe prever.

considerações aleatórias aventáveis

eles dizem que tem que internar um animal desses
e que é o fim do mundo
eles dizem que os pais matam os filhos e vice-versa restará
eles dizem que dá mais bobagem nos eua
pode ser por causa dos video games
mas aqui foi culpa de raticida com babá
depois de dizer tuuuuuuudo isso, eles riem.
eles riem como se nada tivesse sido dito, enquanto as crianças morrem antes de ver um coqueiro.
eles dizem que é o fim do mundo. eu digo que é o princípio da falta de atenção.
era uma vez uma criança grande pequena, suas pernas as vezes não funcionam bem.
os grandes, acham que vão cura-lo desligando-o.
eu rezo pra que deus nos livre dos amadores.

Friday, September 22, 2006

that's alright, ma - i'm only bleeding

uma vez eu não queria viver
hoje eu estou muito ocupada pra essas questões.
enquanto as bandas ruins ainda soam carnais, eu posso rebrotar.
somos de cinza animada;
a morte viva
a cama de sangue invisível, piscina vazia que pulsa
as vezes eu escrevo sobre nada somente pra preencher meu vazio no mundo.

cós migo

desamarrados
os pés não juntam mais o mesmo tempo de barro e pasmo, desalados
enterrados
os pés não juntam mais o mesmo tento de doce no amargo
juriclê
justo tu
choramingos nunca mais
junta-se o milho debaixo do coração ajoelhado
de frente pro jesus com o peito inflamado
juriclê
justo tu
era uma vez, eu e você

Thursday, September 21, 2006

eu sou a estrada do macaco amoroso
por dois estados,
meu espaço armado em canários e carnarias

Wednesday, September 20, 2006

pablarina

passa passaria
chuva chuvará
o que ficar vale por dez vezes mais
pro mesmo não há lugar
parda passará
a pedrada ria na sala de estar

Saturday, September 16, 2006

to loviu sem stop

atravessar a rua das putas
na chuva
pela tua mão
é como ser protegida pela selva

Thursday, September 14, 2006

if you had your last erection

prepare-se para dormir, escutando bem ao longe sua musica predileta
no meio do caminho voce está matando pessoas
prepare-se para os pesadelos
não esqueça de avisar a gata que o café da manhã,
como sempre, provavelmente, se repetirá.
considere-se uma menina feita,
rasgue seus engasgos de primeira princesa,
com as faíscas acenda um cigarro,
imagine seu amor platônico morrendo afogado na piscina do clube
e resolva de uma vez as coisas no seu não coração.
Não desperdice as emoções pelas quais se paga caro,
porte um nome com o máximo aproveitamento.
receba emails para homens
"if you had your last erection"
somente psicopatas concentrados não se sentem um tanto agitados com as noites imóveis
eu sofro com elas mas aprendo a aproveitar
mantenha a boca adormecida, procure não ser a ultima janela a apagar;
esquecei os que te machucaram hj para tentar-se novamente amanhã
ligue a luz em horarios variados
a minha vida, em cada instante, é como se fosse uma ultima ereção; não sei do que se trata, nem como continuarei.
mas bem do meio dos teus olhos salta a bala da certeza de que eu posso continuar.
e voce nunca nem percebe que ela está lá
engatilhada.

certas coisas não perdem seu futuro

as veiz tem as veiz não
voce nunca agrada suficientemente
e dá vontade de arrancar a pele do resto pendurado na ponta da cortina que foge pela janela
voce nunca escolhe o momento certo e dobra cada uma das horas em meias que se descompensam,
mas
as veis tem as veiz não e olha que nem faz diferença.
que diferença faz do tempo em que fazia
eu só consigo ouvir nas velhas bandas algo que parece amanhã
a minha alergia marca as horas no corpo, só dá pra saber quando esta lá
um dia vão tocar patifaria na putaria e o palcão vai dar dinheiro pras crianças minha vó não me disse mas gostaria
o que ainda me resta numa frase ruim
eu queria escrever como se eu tocar piano valesse a pena em duas vias.
serafim e tornozelo
levanta e voa quem acertar
dessa vez quer dizer alguma coisa, nem que seja só um pedaço de cada

Tuesday, September 12, 2006

a-parentada

o povo é bonito como o sol insistindo quando vc tenta expulsar fechando a cortina. bonito como quando vc daria um dedo por ter uma cortina mais escura ou xadrez, mas não tem, então a tarde se impõe, com seus suspiros e doçuras beeeeestas, velhas, com cheiro de fritura. o povo e o sol que não desiste.
gosto de entrar nas lojas onde eles compram seus panos de cores, ainda são, convenhamos, mesmo que camisetas e sainhas baratas ocidentalizadas, panos de cores luxentos. Mesmo que carmomidas, as unhas
eram vermelhas ou roxas.
eu gosto dos programas que eles assistem resolvendo bafão ao vivo.
é o glamour da fofoca, todo mundo dá pitaco.
"tem de 18 pá 19 anos"
eu gosto de ficar de pé amassada no ônibus escutando uma mulher contando pra outra suas vantagens de briga em bailão.
que tinha até umas intimando a fulana que ela nem conhecia direito, mas foi lá assumir a situação. e óia que as outra eram uns armário.
o povo nunca para de brilhar.
eu sou muito pálida. parece que os poetas que usam mto "eu" costumam se suicidar. fizeram uma pesquisa pra chegar a essa conclusão.
não adianta, eu sou muito pálida.
quase sempre preferia uma cortina mais escura.

Tuesday, September 05, 2006

madines, que nome pra doer

madines era filha de uma mulher que gostava da loucura em ingles mas nunca soube como escrever direito
escrever direito quase não cabe qdo vc não escova os dentes
e manter a dentadura cai melhor quando vc tem comida
só pela dignidade
é covardia
a essa altura da maresia da calçada.
madines
tadinha, nunca conseguiu enlouquecer e trocar por alucinação o seu tudíssimo nada.
nem esquecer que há mto
seu vazio histérico
bipolar
variava.

salina´s can can SER

silencio por favor enquanto esqueço um pouco a dor do peito
silencio por favor enquanto esqueço um pouco a dor do peito
silencio por favor enquanto esqueço um pouco a dor do peito
não diga nada
sobre os meus defeitos
EU JÁ NÃO LEMBRO MAIS QUEM ME DEIXO ASSIM
(eu brincando com a música de outra pessoa - agora não lembro quem - que me acalentava pela ruela onde eu vinha morrendo)