para os labirintos de Daniel
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No dia em que tudo doía, o moleque acordou
mas algo dentro dele não.
Saiu da cama, abriu a cabeça e tirou o que tinha lá dentro.
Ventava na mente;
um ar com ácidos de limão bravo com o próprio amargo,
um ar de saco cheio do próprio vazio,
um ar de vou te pegar
sem tirar os pés do azar.
Nas terras mais ventres do rapaz, o umbigo por dentro fazia-se de serpente
com capa e espada de sutil mentir
que eram as tripas enroladas
o que ardia por ali.
Mas V.I.T.R.I.O.L.* -
sem hora vitrola -
pela tarde se desenrole,
senhora com sonho-vitrola nublado em paz,
que de todos os caminhos que existem
sobra mesmo é o mapa de cavar dentro da casa do peito
um espaço pra vida
que existir até em branco espelho.
O moleque é quem SE viu primeiro.
* “Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem”. Ao pé da letra isto significa: “visita o interior da terra e, retificando-te, encontrarás a pedra oculta”.
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