Sunday, December 20, 2009

DETROIT-CANOAS-AMOR

(foi escrito há mtos tempos. mas é internetinédito. este poema foi concebido para (e é melhor visualizado em) leitura nervosa em sarau)

DETROIT - CANOAS - AMOR

O sutiã é preto eu não troco a três dias e roço meu próprio queixo no ombro
Fico de cachorra pra mim mesma, tocando de quatro, pousando de cavalo abandonado que com a outra mão fuma um cigarro na própria chuva.
Mas faz nada não. Nem asas, nem desaguentar até que agulha, nem despencar os braços do contorno da janela, nem esquecer como foi que eu morri. Nem doer e rir a semana inteira.
(Ela é sempre uma vietnamita encurralada e sem escolha além de entregar a margarida)
Eu com toalhas xadrez e flor na mesa mesmo que seja em beco e mijo ali no canto, pode ser que eu escarre mas não sem retocar o baton e um balão amarelo pra contrair nos músculos e liquens e fungos e bactérias no teu pulmão que eu só conheço de peito, eu prometo, mas que se dane DETROIT - CANOAS - AMOR eu mordo e CONFIRMO
A calcinha é de algodão, manchada de sangue desbotado com furo no furo e coisa.
E EU CONFIRMO MISTÉRIO SAGRADO
NÃO TEM NADA LÁ
Mas tem agora, uma porção de fritas e DETROIT-CANOAS-AMOR
Faz vagabundo que eu poso de biscatinha, boto gilete escondida no sapato
Pra atravessar a cidade quando for muito escuro
Fodo o cabelo e assumo um ponto no concreto, ando de um lado pro outro na rua e arranjo um troco,
Um trocadilho e uma ameaça.
Mas eu CONFIRMO quando não tem comida e quando faz sol e belisca demais, DETROIT-CANOAS-AMOR
Ela é sempre uma adolescente com tetas amêndoa e 37!! cavalheiros dispostos a jardinagem.
Porque eu uso colírio, porque tu usa colírio?
Se não for isso é bem pior,
Desculpe, eu não estava chorando
A mão está limpa, unhas cortadas ontem, mas geladas,
hoje não dá
É melhor tentar olhando pro teto.
O que é suficiente não tem estrelas, o que é suficiente não tem poesia nem inferno ou céu tudo passou tudo passou, é completo de bem e mal, a minha lagartixa morta sumiu da sacada, o que é suficiente passeia de submarino na loucura e não mata, o que é suficiente me suportará até o fim destes dias porque eternidade é só uma coisa que dura além da morte.
DETROIT-CANOAS-AMOR
DESTRÓI TE ME COMA AMOR
DEVORE COSTURA AMOR
CALÇADA BICAMA AMOR
LANCHEIRA ESPANCA AMOR
BIGORNA ATROPELA AMOR
AS MINHAS GENGIVAS DOEM
Carne queimada, biquíni imaginário
O embrulho tostando escancara as pernas
(Entra por ali sol)
abro a boca
(me engula pelo meio)
não fecho os olhos, tenho um ponto fixo de inflamação nessa lâmpada perversa
ao sol, nada escapa.
Já não enxergo, as retinas derretidas escorrem como sardas de ácido visionário.
TOQUE NO SEU AMOR
NÃO ENCOSTE EM MIM
MAS ENFIE O DEDO NO SEU AMOR
Eu acredito e, enquanto não me provarem o contrário nesse mundo de ciências trevosas, eu vou continuar acreditando em mim contigo.
E NAS POLIANAS PERVERSAS/
E NAS RAVES COM BANJOS/
E NAS COBERTAS DOS OUTROS/
E NA LIBÍDO GLACIAL/
E NOS PECADOS LEGÍTIMOS/
E NA PUREZA PRECÁRIA/
E EM DETROIT-CANOAS-AMOR,
Fazer uma casinha cor de conta e cortinas imaginárias e os dias que chuviscam bonzinhos e uma macieira e todo o caos do mundo na porta.