Friday, March 03, 2006

Angélica merecia que todos nós lhe escrevêssemos bilhetes diários de “quando você se ferra me machuca também”, mas eu também queria que ser bob dylan valesse a pena. O que nos cura nos mata, e, se a razão, a experiência, a negligência ou o que for, eu acho que é mesmo inteligência que já nos ensinou onde não adianta plantar, o que nos cura nos mata. Porque mesmo que algumas veias das mãos sequem quando percebemos que ás vezes não podemos fazer nada por algum dos amigos que se entrega demais, isso nos mantém com a cabeça livre de tombar também. Não é porque tenhamos medo de olhar ou de tocar na dor do outro, todos nós doemos também e sabemos bem o que isso significa, mas quando um de nós desiste, dá uma preguiça de continuar tentando. Mas angélica não gosta muito de ver televisão, nem pensa em mudar o cabelo, nem tem uma rua predileta, nem vai nos contar tudo isso. Quase todos nós passamos por isso as vezes, mas alguns não saem da rodinha. E eu sei o quanto os outros brinquedos com crianças estranhas, e todos os cantos escuros tentadores e perigosos, e todos os banheiros públicos dos quais precisamos tanto ás vezes e odiamos quase sempre, tudo isso pode dar um cansaço tremendo. Mas eu escolhi dirigir a minha vida, mesmo andando pra sempre a pé. Porque eu queria que ser bob dylan valesse a pena, mas me sinto ok só seguindo quem eu sou.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home