Monday, May 22, 2006

sara lee, for supporting apartheid

eu fingiria que é menos fundo pra quebrar o pescoço, mas eu não morreria,
só mais uma galinha louca de cabeça deitada sobre o proprio ombro andando pelo proprio vale de lástimas emprestadas,
quando chorar é mais fácil pelos outros, quando o rosto pode ser virado do avesso e ainda assim,
não se expor sem os cílios maquiados.
eu poderia propor que é bem mais longe pra dentro e pra baixo, sempre avante, seguindo com um punho á frente, não como lâmpada ou lágrima ou apontando o caminho, mas como o soco que me precede, pra forçar o espaço do meu caminho, eu poderia
mas isso me transformaria numa desvirginadora de carne com mãos

o que eu já sou.
o que eu já sou?

tudo é mais ou menos grave, mais ou menos sério,
quando voce abre os olhos pela manhã e não se desespera ao olhar pra situação do caos institucionalizado em teu nome,
como jesus ou abraão, como o milagre e o saravá, como judas e seu são, como os olhos que não me veem pq estão arregalados sobre as cores que eu emprestei de uma árvore sondando o proprio anoi-te-ver.

quando eu saio de casa pelos meus atalhos, desconto todos os outros que moram em mim pra poder me chamar pelo meu nome de alguma coisa,

minhas armas prediletas são desalgemar, emprestar a passagem, enfiar o indicador no peito do cidadão, dar-lhe três cuspidas de cerejas estourando lá dentro
não balas de vidro nem de carne nem de sopro ou água
não balas
não falas
eu derrubo as cercas pelos vizinhos de paz forçada
e deixo na porta a papeleta das armas.

sara lee, for supporting apartheid, em algum lugar eu tenho certeza de saber o que estou fazendo,
menos onde e como terminar.

play my light.

1 Comments:

At 8:21 AM, Anonymous Anonymous said...

Grossos pingos de vida e de morte respingam em mim. Sempre sobrevivi porque vou até o fim. Mesmo que isso me custe não sobreviver.
Ser é dar cócegas na alma. Eu sou. Não importa o quê. Nem precisa compartilhar. Apenas deixe-me ser.
besos...
minha sara lee joão!!!

 

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