Sunday, March 18, 2007

33 segredos idiotas

levando em conta que a minha pouca mas fiel audiência já está começando a bater boca sem se conhecer, imagino que o nível de tédio existencial desse blog atinge níveis alarmantes. não seria deliciosamente ridículo se eu confessasse que me sinto uma porcaria vivendo bem?
prestando atenção, isso faz sentido. pra descer mais ainda a ladeira, e brincar de comédia horrível de absurdos,
33 segredos, ou o céu se abrindo na altura do estômago:

as vezes eu fumo muito mais do que o necessário,
sinto uma ponta de orgulho por parecer um garoto,
tenho dois dedos de hipocondría sobrevivencialista,
meia porção de cinismo rotineiro mórbido,
tenho inquietude nas noites de domingo,
era muito pedante na adolescencia,
debutei pra ver como era na adolescencia,
tenho vontade de experimentar quase tudo que existe só pra ver como é,
estou tentando aprender a usar salto alto porque nunca se sabe,
não terei filhos,
já pensei em ter filhos,
penso que eu deveria fazer mais do que faço,
tenho uma alma meio indolente,
raramente termino um livro,
raramente completo as coisas,
já vi muita violencia,
como uma caixa de bom bons pra parar de doer,
gosto de uma dose ao fim do dia,
gosto de bater no fim do dia,
imagino sobre ter super poderes,
eu cagaria nas calças se tivesse super poderes,
compreendo o conceito de honra,
invejo e nunca estaria a altura dele,
tenho uma profunda crença secreta de que posso acabar sozinha e meio arrependida
tenho uma profunda crença secreta que de tudo pode acontecer
até milacres
até ser esse o milagre
gosto de imaginar que eu sou um monstro
sinto debaixo da lingua o gosto de existir como um monstro
e é feito do mesmo material que qualquer fenomeno interessante e espetacular
como uma estrela
ou um buraco negro
ou a morte
não tenho medo da morte mas espero que ela não tenha pressa
me agrada a idéia de jogar com ela o máximo que der
estar realmente preparada pra ir de um lado pro outro
ou porra como for
dar tchau e puta merda
não queria mais traumas, mas sei que não é assim.
então me corto um pouco todos os dias
olhando duas vezes pra tudo o que se ve.
eu estou gostando de aprender a bater,
eu sei de coisas que não existem, pra me distrair.
quando eu durmo, eu existo também.

eu não acredito no amor
nem creio que ele não exista
quando eu durmo sozinha, preciso de um doce antes de fechar os olhos.
e sempre deixo acesa uma lampada da casa,
questão de vantagem.

5 Comments:

At 10:32 PM, Blogger Unknown said...

vc disse que gosta de deitar com a cabeça no asfalto nas noites de aniversário do teu melhor amigo?

 
At 10:32 PM, Blogger Unknown said...

vc disse que gosta de deitar com a cabeça no asfalto nas noites de aniversário do teu melhor amigo?

 
At 5:09 AM, Blogger quasechuva said...

isso. e as vezes também gosto de pensar em matar quem não me quer. os ossos da carencia as vezes tem veneno. vem pra cá com a gi. vem me chamar de cadela triste vem vem que assim me diminui uma ruga ou duas

 
At 2:53 PM, Blogger Edgar Aristimunho said...

É.
Enfim...
Chegamos ao texto que eu tanto esperava, Menina F.,e agora não tem mais volta, não é mesmo?
Era o que eu precisava ler hoje.

 
At 8:06 PM, Blogger quasechuva said...

tu tinha algum dúvida de que eu durmo de luz acesa?

 

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