Monday, July 30, 2007

a poeira do mundo é tu
o restinho do calado
por que não tinha o que dizer
o cotovelo ralado
por não saber o que fazer
além de despencar

a poeira do mundo é tu
o que te dá alergia
e escondes na beira do outro
o que desprende da tua sujeira
e engoles por sumidouro
a besteira do dia a dia

a poeira do mundo é tu
células epiteliais secas
de virgindade
máculas perniciosas
maquiadas em divindade
a profana calada

a poeira do mundo é tu
rimando sem cantar
corando sem esquentar
continuando só pra constar
respirando só pra ocupar
o espaço de outro no ar

a poeira do mundo é tu
num endereço perpétuo sem planos
atravessando anos sem nexo
desprogramando o teu começo
para deixar de constar
da matéria que corre pro mar.

a poeira do mundo é tu
não acima
mas desfalcado
não suspenso
mas em pedaços
permanente em não estar.

2 Comments:

At 7:18 PM, Blogger lrp said...

hey, qdo falastes de filhinho novo se referia a um desses poemas ou de algo maior, tipo um novo livro?? Lembra qdo falamos de fazer prosa, como vão as tentativas?
sabia q estou acabando a minha 1ª tentativa de livro de poesia?^^ faço questão de te mandar qdo eu der uma finalizadinha, pode ser?

até

 
At 5:50 PM, Blogger Unknown said...

me rasga tudo
me sufoca em poeira e brisa de mar.
besos.

 

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