Tuesday, January 16, 2007

entardecer de domingo

As nuvens se separam, o que o sol faz é um ultimo suspiro de luz estourado. Antes de morrer ele tenta cegar. È a sua participação glamurosa no entardecer de domingo.
Os animais mágicos defeituosos, impares ou solitários, só saem ao anoitecer de domingo.
O amarelo é esverdeado, as sombras que aparecem são lentas ou de fumaça. Se esquivam e andam pra cima ou escondidas na sola do sapato do seu pseudo-possuidor.
O anoitecer de domingo tem os cheiros mais íntimos, que julgamos nem dividir com mais ninguém. Cheiro de banho, cheiro de roupa recém recolhida do calor, cheiro cuspe que secou no braço, cheiro da mesma calcinha o dia inteiro, da nuca suada, da lavanda da menina morta, de fogo aceso, de naftalina, de lugar onde larvas fazem ninho embaixo do tijolo úmido. Cheiro de couro.
Qualquer estabelecimento aberto num domingo a tardinha uma existência meio onírica. Por que mesmo quem desce só pra comprar pão, se não tem medo nem respeito por esse horário, só pode ser mais um afetado pela condição especial monstruosa,
mas nada que seja grave.
Acontece que, algumas pessoas, simplesmente estão umbilicalmente conectadas ao vazio do dia,
e os vazios são todos cheios de possibilidades absurdas.
Aos domingos, eu normalmente como e vejo televisão o dia inteiro.

3 Comments:

At 3:01 PM, Blogger lrp said...

Olá, Sara, obrigado pelo o que considero um elogio, já que gosto mto de sua poesia^^ Já devo ter sapiado este blogue todo mas nunca me senti incorajado a manter diálogo, mas ver o respeito e a atenção com que tratou meu comentário encoraja qqr um^^ De cabeça, sempre me lembro dum q acho q se chama "Gorda Lee" e de um sobre canário, os quais aprecio bastante! Tomara que mantenhamos contato.

Leandro.

 
At 8:47 AM, Blogger Adriana Amaral said...

guria, ta sumida...manda noticias, tens q vir no meu novo apto..bjos

 
At 10:04 AM, Anonymous Anonymous said...

amo teus textos todos.

i.

 

Post a Comment

<< Home