diário sem braço
nos teus dias de lycra esgaçada
e viola de 3 cordas quebrada
nos teus dias de poeira na goela
tão seca que não deseja água
nem nada
nos teus dias há mais ou há menos
as vezes sobra pedradas
abro minha cabeça e misturo no minguau
o café da manhã que não tem
amanhã
dentre os pulmões recolho o corpo cardíaco
e descasco
tem pouca polpa fresca
pra virar suco.
tem muita ponta fazendo festa
no peito do escuro.
nos teus dias de amarelo sem estrada
nos teus dias de vermelho sem escada
nos teus dias de azul que não está
nos teus dias de verde que escapa
nos teus dias de branco sem o que virá
nos teus dias de furta cor sem mar
nos teus dias sem festa só ressaca
eu chego chego e venho
casamata invisível,
estrutura de armar.